quarta-feira, 23 de junho de 2010

A causa social como fonte de vida


Até pouco tempo as mulheres eram excluídas dos espaços de decisão. Para alguns o espaço destinado a elas era o lar. Infelizmente esse pensamento ainda existe, mas nas duas ultimas décadas as mulheres passaram a ter voz e vez em muitas sociedades.
Leitor conheça hoje a história de uma mulher que é símbolo de dedicação, superação e trabalho na sociedade imperatrizense. Ela conseguiu vencer o preconceito de gênero e batalha até hoje contra o preconceito aos hansenianos.
Já sabe a quem pertence esta história? Não! Então venha conosco, aproveitemos os portões abertos da Vila João XXIII, para conhecermos mais essa história.
Filha de italianos nasceu em 1943 na Itália, em meio à Segunda Guerra Mundial. Alta, cabelos grisalhos, pele e olhos claros, da Ordem Franciscana Secular (OFS), boa oratória, irmã Giuliana Villa relata sua experiência de vida como voluntária franciscana.
Acompanhar o dia-a-dia da irmã não é fácil. Ela ajuda na distribuição das refeições na Vila, resolve questões administrativas, tenta aposentar os internos, atende os visitantes, não para.
Aos 16 anos Giuliana Villa começou a trabalhar em um escritório de advocacia em Milão. “Aprendi a conhecer as leis, uma série de conhecimentos que está me servindo agora”, afirma.
O trabalho voluntário surge anos depois quando a família da irmã decide morar em Osmate, uma cidade interiorana da Itália. Giuliana passou a conhecer e se encantar pela causa franciscana, “sempre fui muito ligada com a história franciscana, por essa motivação pensei em fazer uma ação, também daí eu pensei em vir para o Brasil”.
Em 1970, com 27 anos ela vem para o Brasil. Passou três anos em Carolina, ajudando nos colégios e hospitais dos frades. O destino era a África, porém a vida não quis assim. A África passava nesse momento por grandes conflitos entre tribos, sem contar o convite que Dom Marcelino, na época Bispo da diocese de Carolina, havia feito a irmã para realizar um trabalho voluntário aqui na região. A proposta soou mais alto, e o destino foi a terra do futebol.
Após os três meses em Carolina, a irmã decide ficar no Brasil e contribuir para o funcionamento da Vila João XXIII, onde permanece à 36 anos. “A gente cria uma ligação com os internos (...) eles criam uma afeição muito grande e isso te dar uma certa satisfação, porque é como se tu tivesse encontrado uma outra família pra viver em conjunto. Isso tudo são surpresas que a gente descobre”.
A vida da Irmã está muito ligada a Vila, atualmente ela vai à Itália apenas para visitar a família, amigos e para buscar novos colaboradores para a instituição, “para estreitar os laços” nas palavras de Irmã Giuliana.
E os sonhos? “O sonho que agora eu tenho porque eu sei que já estou com uma certa idade, é encontrar alguém que pudesse continuar o trabalho que está sendo feito, para esses ‘filhotes’ não ficarem sem mãe”, destaca Giuliana Villa de 67 anos.

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