quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vila João XXIII é beneficiada com dia da ação social


Na última Segunda-feira (21), a partir das 8 horas da manhã, a Assessoria de Comunicação (Vila João XXIII) em parceria com algumas instituições da cidade de Imperatriz realizou o dia da Ação Social na Vila João XXIII, que está localizada a Avenida Newton Belo S/N, no bairro Ouro Verde, na cidade de Imperatriz, Maranhão.
A idéia era proporcionar um dia bem agradável aos 35 internos moradores da Vila e possibilitar uma visita da sociedade em geral a instituição. A partir das 8 da manhã as portas da Vila estavam abertos para receber a visita sociedade em geral.
Apesar da Vila João XXIII ficar a poucos minutos do centro da cidade de Imperatriz, ainda hoje há algo maior que qualquer distância geográfica que separa esse lugar das outras partes da cidade – o preconceito contra os portadores da hanseníase. Por isso para os internos da Vila esse dia foi muito importante. Vítimas de preconceito por serem hansenianos, eles sentem falta dessa aproximação com a sociedade.
Muitas pessoas insistem em acreditar que a doença é hereditária, não tem cura e causa deformidades e mutilações. Segundo irmã Juliana, uma das coordenadoras da Vila, a maior dificuldade no processo de recuperação dos idosos é a re-integração social. Retornar os internos à vida em sociedade é a maior dificuldade em virtude dos mitos e preconceitos que rondam a doença.
No dia da Ação Social, a Vila recebeu o Grupo de teatro da Casa do Idoso, palestrante da Escola de Enfermagem Eqtei e a presença de Estudantes do Curso de Cabelereiro do Senac, que ofereceu aos internos cortes de cabelo.
Se você não visitou a Vila do dia da ação social, ainda há tempo. As portas da Vila estão abertas para você. Venha conhecer as atividades desenvolvidas por essa instituição que atua na cidade de Imperatriz a mais de 30 anos.

Vila João XXIII: atividades do lugar



As pessoas que residem na Vila João XXIII em sua maioria são idosas, mas isso não é motivo de ociosidade. O cotidiano delas é marcado por várias atividades, desde a limpeza dos quartos até preparo das refeições. Os internos têm participação ativa em cada detalhe. Mas, essas atividades desenvolvidas por eles não são exigidas pelas irmãs que coordenam a Vila. Os próprios internos se oferecem como voluntários. Dessa forma demonstram companheirismo para com os demais da instituição.
As hortas espalhadas pelo espaço de plantações da instituição, além de belas e bem cuidadas ajudam a diversificar o cardápio dos internos e torná-lo mais saudável. Os funcionários responsáveis pelo plantio das hortaliças aproveitam caixas d’água nas quais são colocado areia e adubo. Esses grandes recipientes transformam-se em canteiros onde são plantadas verduras, legumes e também pequenas mudas de árvores frutíferas. Apesar de os recursos técnicos utilizados serem pouco desenvolvidos, possui resultado satisfatório para os agentes que apostam nesse jeito simples de cultivar.
Na vila também acontecem reuniões, palestras com os mais diversos temas. Aos domingos são realizadas missas e todo dia às 18h os internos rezam o terço. As missas são abertas à comunidade e várias pessoas que moram aos arredores freqüentam.
Existem aqueles que se voltam mais para o estudo, buscando um meio de se distrair e ao mesmo tempo aprimorar seus conhecimentos. Eles participam freqüentemente das aulas especiais que são realizadas na própria instituição nas terças, quartas e quintas-feiras. A professora que leciona as aulas trabalha voluntariamente para ajudar no desempenho de seus alunos. Os internos zelam pelos seus materiais de estudo, guardam tudo em pastas num lugar separado e são muito organizados. Muitos têm o estudo como o único meio de distração.
Outro meio que os internos utilizam para se distrair é o rádio. Na maioria são homens. Eles se divertem ouvindo os programas de rádio bem cedinho. Aproveitam para telefonar, pedir músicas e oferecer a seus amigos.
Existem muitos outros meios de distração que os próprios internos inventam para que possam continuar vivendo normalmente com momentos felizes e tranqüilos.

A causa social como fonte de vida


Até pouco tempo as mulheres eram excluídas dos espaços de decisão. Para alguns o espaço destinado a elas era o lar. Infelizmente esse pensamento ainda existe, mas nas duas ultimas décadas as mulheres passaram a ter voz e vez em muitas sociedades.
Leitor conheça hoje a história de uma mulher que é símbolo de dedicação, superação e trabalho na sociedade imperatrizense. Ela conseguiu vencer o preconceito de gênero e batalha até hoje contra o preconceito aos hansenianos.
Já sabe a quem pertence esta história? Não! Então venha conosco, aproveitemos os portões abertos da Vila João XXIII, para conhecermos mais essa história.
Filha de italianos nasceu em 1943 na Itália, em meio à Segunda Guerra Mundial. Alta, cabelos grisalhos, pele e olhos claros, da Ordem Franciscana Secular (OFS), boa oratória, irmã Giuliana Villa relata sua experiência de vida como voluntária franciscana.
Acompanhar o dia-a-dia da irmã não é fácil. Ela ajuda na distribuição das refeições na Vila, resolve questões administrativas, tenta aposentar os internos, atende os visitantes, não para.
Aos 16 anos Giuliana Villa começou a trabalhar em um escritório de advocacia em Milão. “Aprendi a conhecer as leis, uma série de conhecimentos que está me servindo agora”, afirma.
O trabalho voluntário surge anos depois quando a família da irmã decide morar em Osmate, uma cidade interiorana da Itália. Giuliana passou a conhecer e se encantar pela causa franciscana, “sempre fui muito ligada com a história franciscana, por essa motivação pensei em fazer uma ação, também daí eu pensei em vir para o Brasil”.
Em 1970, com 27 anos ela vem para o Brasil. Passou três anos em Carolina, ajudando nos colégios e hospitais dos frades. O destino era a África, porém a vida não quis assim. A África passava nesse momento por grandes conflitos entre tribos, sem contar o convite que Dom Marcelino, na época Bispo da diocese de Carolina, havia feito a irmã para realizar um trabalho voluntário aqui na região. A proposta soou mais alto, e o destino foi a terra do futebol.
Após os três meses em Carolina, a irmã decide ficar no Brasil e contribuir para o funcionamento da Vila João XXIII, onde permanece à 36 anos. “A gente cria uma ligação com os internos (...) eles criam uma afeição muito grande e isso te dar uma certa satisfação, porque é como se tu tivesse encontrado uma outra família pra viver em conjunto. Isso tudo são surpresas que a gente descobre”.
A vida da Irmã está muito ligada a Vila, atualmente ela vai à Itália apenas para visitar a família, amigos e para buscar novos colaboradores para a instituição, “para estreitar os laços” nas palavras de Irmã Giuliana.
E os sonhos? “O sonho que agora eu tenho porque eu sei que já estou com uma certa idade, é encontrar alguém que pudesse continuar o trabalho que está sendo feito, para esses ‘filhotes’ não ficarem sem mãe”, destaca Giuliana Villa de 67 anos.

Vila João XXIII: Sob um novo olhar





Um grupo de estudantes universitárias do sétimo período do Curso de Comunicação Social com habilitação em jornalismo tem se dedicado em atividades fora dos muros da universidade. O objetivo é desvendar quais são os desafios impostos às organizações não governamentais que atuam na cidade de Imperatriz.
As universitárias, fazendo uso dos conceitos da disciplina de Assessoria de Comunicação ministrada pelo professor doutor Gilbert Angerami, pretendem propor um projeto de assessoria de comunicação que possa ser implementado dentro da organização.
As alunas voltaram o olhar para a Vila João XXIII e para o trabalho voluntário realizado pelas irmãs da Ordem Franciscana Secular (OFS) que lá residem. As estudantes puderam constatar que, em meio a tanta correria, há os que param e percebem que muitos estão em momentos de grande dor. Seres humanos que, sem esperar retornos financeiros, cumprem com grande habilidade e talento o ofício do voluntariado.
Apesar da Vila João XXIII ficar a poucos minutos do centro da cidade de Imperatriz, por muito tempo houve um abismo maior que qualquer distância geográfica que separava esse lugar das outras partes da cidade – preconceito contra os portadores da hanseníase. O olhar atento das alunas, revela o quanto há para ser desvendado dentro da sociedade imperatrizense e como muitas vezes detalhes tão importantes são tomados por estranho dentro da cultura local.
As alunas venceram o preconceito. Experimentaram na prática como funciona a dinâmica do voluntariado dentro da Vila João XXIII. Descobriram que vale a pena transmitir a todos os conhecimentos que adquiriram enquanto acompanhavam o dia-a-dia das irmãs da Vila e apresentar a solidariedade como uma qualidade que torna o homem superior a qualquer outro ser.
Por isso, convidamos você leitor para conhecer mais sobre esse lugar, sobre essas histórias, que aqui serão contadas,aguarde o próximo post. Até lá!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vila João XXIII: A História


A Vila João XXIII é uma instituição de caridade que atua na cidade de Imperatriz desde o ano de 1973. São 37 anos de muito trabalho. A idéia de criar a Vila partiu da Igreja Católica, mas especificamente do Bispo Dom Marcelino que cuidava dos enfermos da diocese de Carolina. Foi ele quem trouxe esse projeto para a cidade de Imperatriz.
Inicialmente com muitas dificuldades e uma estrutura física bem precária a Vila recebia hansenianos e tuberculosos. Com o passar dos anos, o Governo Federal assumiu a responsabilidade de cuidar dos tuberculosos e a Vila continuou cuidando dos hansenianos e doentes com outras dermatoses.
Hoje, sob a administração de um grupo de irmãs da Igreja Católica da Ordem Franciscana Secular (OFS) – Giuliana Villa, Maria Fernandes, Cícera Nogueira e Maria do Carmo, a instituição continua desenvolvendo atividades em prol dos doentes hansenianos .
Atualmente o projeto beneficia 35 internos: seis mulheres e vinte e nove homens. Dentre os internos uma mulher e cinco homens têm problemas psiquiátricos e seis possuem hanseníase. Outros internos já tiveram a doença, mas permanecem na Vila por não possuírem família ou estão lá porque criaram laços de identidade com o local e com as pessoas.
O trabalho que as irmãs realizam é bem amplo. Com a ajuda de alguns parceiros a instituição continua seu trabalho.
 

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